sábado, 22 de dezembro de 2012

Querido Papai Noel!


Querido papai noel, neste natal  quero reviver as coisas boas que desfrutei na vida, quero repetir a sensação do primeiro beijo, o mesmo frio na barriga ou borboletas no estomago, a mesma indecisão, a mesma  sensação de que o tempo parou por um instante.
 Quero olhar pra minha esposa e ver o brilho no seu olhar como se fosse a primeira vez, quero refletir esse brilho. Quero perdoar e ser perdoado, quero mudar, ser visto com novo olhar e que a desconfiança sirva de estímulo para que  cada dia seja superado pela certeza da boa intenção. 
Quero passar por dificuldades, pois nas crises crescemos. Quero que minha família tenha orgulho de mim. Espero poder errar diversas vezes e sempre contar com a compreensão de todos para poder aprender e tirar lições desses erros.
Quero atenção, compreensão quando mais precisar. quero compreender e nunca agir por impulso, nem sempre é uma boa.
Quero ser visto com todas as minhas virtudes e limitações e que elas nunca superem minha inteligência, meu senso crítico, minha percepção.
Quero tempo quando não houver tempo. Quero outra vez, mais uma vez e outra,  viver... quero amar... quero ter certeza ... não quero saber de nada ... quero me importar e ser importante... fazer a diferença ainda que por um instante...
 
Eu, o errado e em crise!
 
Feliz Natal!
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Época de Natal

Pra falar a verdade não curto muito essa época do ano, mas encaremos os fatos.
 Quando era pequeno tive a sorte de meu pai não medir esforços para não deixar faltar nada, ele tinha seus problemas mas nessa época fazia horas extras, trabalhava aos sábados na fábrica para poder tirar uma grana a mais. Sei que não era fácil, não nos reuníamos com o resto da família a ceia era só eu, minha irmã, minha mãe e meu pai. No dia seguinte sim, íamos visitar meus avós e tios e brincávamos com nossos primos e os brinquedos novos.
 Já adolescente, meus pais separados... curtia o natal com meus amigos vizinhos, saiamos após a ceia, de bike ou a pé, passávamos na casa de amigos de escola pra desejar feliz natal, tomar uma sidra e jogar conversa fora... Um tempo depois já na faculdade meus amigos e suas famílias me acolheram, as vezes, até compravam um presente... sou muito grato... de verdade, nessa época a grana era curta trabalhava, pagava a faculdade, perdi o contato com meu pai e minha mãe trabalhava demais, cultivei o hábito de só sair depois de ceiar com minha mãe e esperar minha avó no dia de natal... só saia  depois que ela passava em casa...
Outros natais que lembro, quando o Laércio morava com minha mãe, sujeito fácil, bom papo, boa praça, nessa fase eu era um cara difícil, coração duro, mas dava umas risadas com ele... só mais tarde aprendi a respeitar seu espaço e ele o meu... nunca chorei tanto como no dia que ele se foi... Já adulto, solteiro passava o Natal na casa de alguma namorada e de sua família com suas tradições, não sei por que fazia isso, pois nem sempre você é capaz de agradar aos familiares de uma donzela... Engraçado, parece que eu não me encaixava.
Lembro também dá época que passava o Natal com o Marcus e sua família  ou com a família do Nelson na casa do Chicão, obrigado amigos, de verdade, sou muito grato a vocês, nunca esquecerei do ambiente agradável e festivo de suas casas.
Hoje em dia, casado com uma filha, passamos a noite de natal com vários familiares, uma festa bonita, mais de 40 pessoas, as crianças ansiosas pelos presentes, os rituais e tradições, as manias que não sei se conseguirei manter um dia, o esforço das mulheres em preparar a ceia, amigo secreto, uma comida que faz lembrar uma pessoa que se foi, a reza, muita emoção, as vezes tensão, o telefonema de alguém de longe, alguém que não pode ir, mais comida, bebida, sobremesa,  ludibriar as crianças a meia noite... ufa, quanta coisa...Não sei quanto a você, mas eu me emocionei lembrando disso tudo, lágrimas escorrem pelo meu rosto nesse momento ... Espero ter muitos Natais pela frente... sobretudo ao seu lado, você que tanto amo...
 
Feliz Natal, Feliz Aniversário Jesus!!!
 
Eu, o errado
 
 
 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Nosso Cestinha

Tenho um aluno que achava que conhecia,  ele foi meu aluno   desde a outra escola, hoje está na 6ª série. Esse aluno sempre teve bons professores, sempre precisou de atenção especial, pois tem muita dificuldade em aprender.
Por essa dificuldade toda, sempre foi motivo de "um certo preconceito", por parte dos  colegas de sala, eu mesmo confesso que não tinha muita paciência, atê porque o cara é pura energia, o que meus colegas de trabalho chamam de "hiperativo", ele não para. 
Ele chega cedo no centro educacional onde trabalho e onde tiver agito, lá está o "JV", vamos chama-lo assim. Esse ano comecei a aproveita-lo na turma de basquetebol pois é capaz de ficar a aula toda arremessando. E qual não foi a minha surpresa ao ver que aprendia com facilidade; um corte, um drible, uma bandeja, uma parada e principalmente o arremesso. Tanto, que resolvi aproveita-lo nas olímpiadas estudantis, onde ficamos em 2° lugar, "JV", inclusive vez uma cesta de lance- livre em um dos jogos. 
Na realidade o que me chamou atenção foi em outro dia,  durante a aula de educação física, "JV" estava com uma bola basquetebol, arremessando  como de costume. De repente, fez um arremesso  e sorrindo, veio até a mim. -Professor! essa foi a minha cesta número 1999. Antes de me virar e cair na risada, disse:- "É, mesmo, que legal!". Só sei que ganhei o dia, nem sei se o "JV" sabe realmente contar e tem memoria pra tanto, só sei que ele é feliz quando está na quadra, se dedica e tem concentração nesses momentos onde é ele, a cesta e a bola. 
E nesse dia tornou-se nosso cestinha (artilheiro no basquetebol, o que faz mais pontos). pra mim e notei a diferença que podemos fazer na vida dessa garotada.
É isso.

Eu, o nem sempre, o errado