domingo, 10 de agosto de 2014

Um ano de bicicleta!!!!

Olá,
 Quem poderia imaginar? O  que parecia provisório, tornou-se habitual... sim, um ano usando a bike como meio de transporte. Não vou dizer que é uma maravilha, mas possível e bastante viável, tive bons momentos  e alguns ruins.
Felizmente nenhuma queda ou acidente ( toc...toc... toc... bate na madeira) apesar de ás vezes levar alguns  sustos.
Sustos do tipo; Fina de ônibus, buracos, falta de educação de motoristas, etc... ah, teve também um susto que virou brincadeira, cães perseguidores, isso mesmo! a primeira vez foi um susto, cinco ou seis cães aparecendo do nada, latindo e correndo na minha direção, hoje é diversão... não sei se pensam o mesmo... continuamos empatados... posso exibir minha bolsa furada como troféu desta batalha mas amanhã quem sabe, risos... 
Faça chuva, frio, calor ou vento contra... de dia ou a noite ...lá vou eu... enquanto tiver forças e o controle financeiro assim exigir... bike na avenida, bike na ciclovia, bike na rodovia, na passarela e na marginal... e isso...


Eu, o errado

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Entretenimento


Acabei de assistir "A vida secreta de Walter Mitty", um filme muito legal, leve, que ao ser visto, tem-se  que relevar alguns aspectos do roteiro, e não se perguntar, pô, o cara nunca recarrega o celular? Sua bateria é interminável? Ou, qual é a sua operadora que lhe dá cobertura no Afeganistão e pasmem, com sinal excelente? Pois é, só entretenimento... É entrar na história desarmado, o que fiz mas, me fez pensar que nossa vida não é como gostaria que fosse, mas tem uns momentos bem marcantes, felizes, diria até emocionante... muita gente não surfou no Havaí mas já pedalou na chuva,  não viu um espetáculo da Broadway mas teve a emoção de ver a apresentação de um filho ou sobrinho na escola, não ganhou um campeonato mundial em algum esporte mas fez um gol em uma pelada com os amigos não deu de cara co um Urso mas teve que enfrentar de um cãozinho antissocial na rua e correr...

Não quero dar lição de moral nem inspirar nada com isso, às vezes o momento é aquele, nunca mais vai voltar,ao invés de sacar seu celular para registra-lo,apenas pare e curta... Na época do Facebook, Instagran parece quase impossível, mas não se importar ou deixar de perceber as coisas simples pode levar a um vazio sem precedentes... Essa competição da vida moderna até ao grau de felicidade do cidadão é julgado,  o dispositivo curtir vale como uma aprovação apesar de na minha opinião ser como um abraço, ainda que virtual.

Outro dia, vi uma definição de chato, um cara sem timing, pois é, ficar o tempo todo dizendo, eu sou feliz, isso é emocionante, isso é uma delicia! O dia mais feliz da vida... Tem hora que fica chato p/ caramba... Desculpem, também tenho minhas chatices é claro. Podem continuar suas fotos que vou continuar a curtir, mas se atentem para isso, cuidado pra não cair no ridículo, eu mesmo já fiz isso, você posta uma foto e ai chega em casa, ao  vê-la na tela do computador, que é bem maior, daí já é tarde... seja lá o que estava fazendo? Onde? E o pior, como? Está ali, é deletar ou editar, e torcer para que apenas poucos tenham visto.

Bom... Ia falar do filme, acabei puxando o assunto para outra coisa, ninguém é perfeito, (risos)...

Eu, o errado

 

 

 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A la Djalma Santos


Meu pai dizia que bom mesmo era o Djalma Santos que recebia um lateral, não matando a bola no peito, e sim estendendo a perna até a altura do peito, fazendo-a cair até o solo, como uma pluma. Mas quem batia o lateral? Não tem aquela expressão “lateral á Djalma Santos” que mais tarde o Roberto Carlos roubou, ao bater um lateral como se fosse um escanteio... Bom, porque lembrei isso? E que tenho a mania de aparar com o pé objetos que vai cair, mania do brasileiro, talvez, eu sempre faço isso na tentativa de salvar o objeto da queda, porém, e se o objeto é de vidro e estou descalço... Hum, foi o que aconteceu hoje... Gosto de tomar café, faço um café de coador de boa qualidade, de repente estava na cozinha e ao pegar uma xícara no escorredor de pratos bati em um copo, de vidro que caiu, sem pensar, por reflexo apesar de isso não existir, já dizia meu professor de fisiologia na faculdade, tentei aparar o copo, “de vidro”, com o pé... Suspense... Felizmente nada de mais grave aconteceu, o copo bateu no meu dedinho, caiu no chão, quebrou... O dedo está dolorido risos, só isso... Cacos por todo o lado eu imóvel, talvez pensando na besteira que poderia ter acontecido e também lembrando a quanto tempo não quebrava nada... Passado o susto, procurei um lugar seguro para pisar e começar a juntar os cacos... Minha jogada não deu certo, risos... Mas poderia ter sido pior ...

É isso,

Eu, o errado...

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Crônica:- "Duas horas na fila"


 

 

Essa semana movido por um impulso que  não dá para explicar peguei uma fila e permaneci por quase duas horas, era uma fila por troca de cupons para concorrer á um sorteio, assim com eu, umas 400 pessoas, pelo que pude calcular fizeram o mesmo, gente com filho pequeno, idosos, ah! como gostam de uma filas, gente que assim como eu não estava preparada pra enfrentar duas horas em pé, gente que contou com a colaboração de uma verdadeira equipe para ajuda-los, trazendo água, sorvete ou revezar enquanto se ia ao banheiro, enfim, todo tipo de gente. Porém,  o que me chamou atenção foi um senhor que podia passar despercebido dentre todos mas não, ele puxava papo com as pessoas, e puxou papo com uma mocinha, alias uma bela moça, talvez a mais bonita da fila. Ao meu ver ele não tinha segundas intenções, ficou meio estranho no começo pelo que pude conferir nas expressões da moça mas, aos poucos ela foi sorrindo, comentando os assuntos, foi criando uma empatia. Fiquei boquiaberto, quem não fica ressabiado quando alguém puxa conversa com a gente. Este senhor tinha esse dom,  de repente tinha mais gente comentando, rindo, discordando, sei lá, interagindo com ele.

Fiquei atento, gostaria de aprender sua técnica, parecia aqueles vendedores que quando você menos espera te faz comprar aquela camisa marrom que você tem no guarda roupa e nunca usou na vida. Pior, que o cara fazia perguntas ou comentários mais esdrúxulos possíveis; “O Brasil vai ganhar a Copa”, “Você acha que o Fluminense deve ser rebaixado”, “O que você esta achando dos corredores de ônibus?”... Nenhuma pergunta que exigisse ser um Eistein para responder, coisas simples do dia a dia, qualquer um podia emitir uma opinião sem se comprometer na resposta, e que fazia quem estava por perto sentir vontade de participar da conversa, talvez essa fosse sua pretensão, dar voz àqueles que como eu resolveram encarar essa bendita fila e fazer o tempo de espera o mais prazeroso possível.
 
é isso,
 
 
Eu, o errado!

Raçudo !

Olá, voltei!

Aquela história de ficar relendo o que você escreve para lembrar o que você é, bom ... nessa minha atual fase vou evitar... quanta mágoa, ressentimento que devem ficar p/ trás ... não vou deletar nada aqui, serve como registro... até o nome desse blog, talvez,  não me sirva mais...
Lendo um livro que comprei ontem ("A graça das coisas", Martha Medeiros)  me deparei com o termo "Raçudo", bingo está ai uma boa auto definição, não é mesmo ... Essa palavra tem me definido, ainda que inconscientemente, as vezes por osmose, as vezes consciente, é por ai, no caminho certo, no caminho errado fui raçudo nas vitórias, nas derrotas ... "Raçudo", que tem raça, tem garra, e a vida exige essa qualidade da gente, não dá pra gritar mamãe e sair correndo, tem que encarar. Contar com ajuda de vez em quando é bom, mas esperar que os outros façam sua parte pode ser decepcionante. Não me entreguei,
Todo fim de ano vem aquela sensação nostálgica de reavaliação,   novos planos são traçados blá blá blá... Daí você dá uma escorregada, tudo muda, paralisa, não tem o que fazer além de respirar fundo, engolir o choro e fazer o que ninguém vai fazer por você. Um bom planejamento ajuda também para não enfrentar surpresas desagradáveis ou se ver fazendo coisas as quais poderiam ser evitadas.
Esse ano poderia ser o pior de todos mas por fatos que a gente não sabe o porque, ou sabe mas não quer parar e pensar, foi o melhor. Assim como no filme 127 horas, o alpinista se liberta do próprio braço para poder sobreviver... tive meus momentos Aron Ralston.
Nessa luta diária destaco algumas coisas que ajudaram na minha reconstrução e espero prossigam daqui para frente, desculpem mas tenho que diagramar rs:
1) Amizade tem gente que me ajudou muito, teve amigo que fez outra escolha e desapareceu, teve gente que ressurgiu, amigo que eu nem sabia que era tão amigo assim e me estendeu a mão quando eu menos esperava, novos amigos, velhos amigos... obrigado a todos

2) Amar o que faço, engraçado quem me vê no trabalha acha que sou carrancudo, sempre bravo, pois é,  preciso melhorar rs, mas a maioria deveria saber que é foco, lidar com pressão, preocupação em mostrar o melhor, compromisso  com os valores do esporte, educação física da própria educação.
3)Pedalar, nadar ou correr e fazer atividades físicas, sobretudo aeróbicas, e ai está uma das chaves... Passei muito tempo fazendo atividade e por conseguinte comigo mesmo, putz ...se eu não fosse boa companhia não me aguentaria, rs. Mas o controle da respiração, o equilíbrio, alimentação, hidratação, planejamento... enfim, isso ajudou muito.
4)Alimentação equilibrada, sem reeducação alimentar não dá, nunca tomei tantos chás, castanhas, sementes... cozinhei, programei, tudo para render e não ficar doente.
5) Dança de salão, aprender uma coisa nova, isso foi uma coisa que mudou a minha vida, nunca pensei que poderia dançar tango, bolero, forró, salsa ou samba de gafieira, a dança liberta ... e tudo começou com um desafio, isso mesmo, alguém ousou a duvidar de que eu era capaz, todos tem suas verdades até que se prove ao contrário. Agradeço aos meus professores pela paciência, motivação, respeito,  dedicação e oportunidades que me proporcionaram ... Recomendo a todos... Dancem...
6) Se preocupar com o que realmente conta. Quantas vezes não recebemos um telefonema de alguém desesperado, em uma situação complicada. Ai é preciso ter cabeça, deixar a poeira baixar, as vezes esses problemas se resolvem sozinhos, se agir por impulso é correr  riscos, se aprende por bem ou por mal.
7) Relaxar, tomar uma cerveja, vinho  ou caipirinha de vez em quando, ninguém é de ferro, precisamos desacelerar, bater papo, dar risadas, desinibir-se, as vezes fazer besteira... nada que comprometa, não é mesmo.
8) Desculpar-se por qualquer atitude que possa ter gerado, ser delicado e ter respeito no trato com as pessoas, ás vezes é difícil, mas ninguém sai perdendo em reconhecer seus erros ou agir com gentileza.
9) Minha filha, podem me acusar de tudo, menos negligente com relação a ela, não posso ser mais presente fisicamente  como em outros tempos mas o pouco de tempo que estamos juntos procuro ter qualidade, vejo sua preocupação em me preservar de algumas coisas, e olha que só tem 7 anos, a criatura mais doce e adorável que conheço... quanto a mim, espero que possa inspira-la um dia, o mínimo que posso fazer é dar o exemplo, é a vida, as coisas mudam o ambiente molda as pessoas, um dia, espero que quando lembrar  dos nossos momentos abra aquele sorriso lindo... não precisa dizer mais nada...
10) Fazer terapia, como essa vida é maluca se não paro para fazer manutenção, espano ... tudo na vida exige manutenção, as vezes a gente usa até quebrar, depois arruma ou pior joga fora ou compra outro... Sei que para algumas coisas não tenho feito manutenção, pode ser de propósito ou não mas a cabeça tem que estar no lugar, ajustes têm que serem feitos a terapia tem ajudado nisso. Ver que algumas coisas não acontecem por acaso, mesmo tentando fazer o certo, nem tudo depende de você...
 Nossa... quanta coisa e outras que não mencionei; perseverança, fé em Deus, fazer o bem, coisas que todos sabem bem e outras que esqueci de mencionar.
Passei por muitas mudanças, vejam a 1ª foto e essa última, espero continuar assim mudando e enfrentando coisas novas, boas ou ruins, surpresas ou decepções, e no final tudo dará certo...
Obrigados aos que lerem,
Bom Ano a todos...

Eu, o errado... ou melhor; Eu, o não tão errado assim... será?



domingo, 1 de setembro de 2013

Verdadeiro Cidadão Moderno da Metropole


Olá, 

 

Ontem vi o blog de uma pessoa que adotou a bike como meio de transporte e resolveu relatar seu cotidiano, eu utilizava a bike esporadicamente, mas devido à necessidade, hoje em dia, pedalo diariamente.

 

Histórico

 

Uma vez, durante uma greve de ônibus, a mais de duas décadas atrás tive a idéia de ir trabalhar de bike, foi a salvação, trabalhava em uma academia e descobri que a bike é uma excelente opção de transporte. Os tempos eram outros, o trânsito também, mas foi algo que para mim passou a ser natural. Mais tarde a vida foi dando certos confortos o que faz diminuir o ritmo e que  levou  quase ao esquecimento. Mas sempre mantive a magrela em condições de uso e volta e meia me quebrava um galhão.

 

Uma decisão

 

A cerca de dois meses me livrei do meu carro, e utilizo a bike, transporte público e carona de amigos, que são verdadeiros anjos da guarda quando a coisa aperta.

Mas voltemos à bike, na semana que resolvi pedalar por coincidência foi a semana mais fria do ano, chovia, porém foi ai que vi que era possível.

Sai para trabalhar de manhã de shorts, pois o tempo ainda não tinha virado, tomei apenas algumas precauções mas confesso que passei frio, na volta me agasalhei melhor.

 

Firme no propósito

 

Para conseguir me manter no meu propósito  comprei uma bolsa dessas que se instalam no bagageiro da bike, levo sempre roupa extra, perfume, desodorante, ter faróis e pisca-pisca e usar mesmo  de dia ajuda também, capacete, saquinhos plásticos para envolver pertences, luvas, sineta, roupas com cores "chamativas", entre outras coisas.

Claro que certas coisas só descobri no dia a dia, por  exemplo, as luvas, minhas mãos ficaram ressecadas pelo frio e começaram a escamar, tive que utilizar hidratante também. A bolsa que comprei apesar de impermeável não fecha direito e a água passa, acumulando no fundo. Minha bike possuía cubos com esferas que viviam dando problemas, tive que trocar por um "roletado",  mais um acerto ali outro aqui e vai dando tudo certo.

Minha profissão ajuda, não  uso roupas social, sapato, nada disso, moro a cerca de 10 km do trabalho, com a bike, para não pegar as marginais Pinheiros e Tietê tenho que pedalar cerca de 12 km. O que no começo levava quase uma hora,  passou para  cerca de 40 minutos, pouco mais, pouco menos.

 

Bike X Automóveis

 

Com a campanha da Prefeitura incentivando o uso da bike confesso que tenho notado certa diferença no humor dos motoristas em relação aos ciclistas mas ainda tem muito cara estressado se achando com mais direito que nós ciclistas. Buzinam, cortam sem respeitar a distância, xingam, intimidam, etc. Confesso que não sou bonzinho, muitas vezes retribuo as gentilezas além do mais é uma maravilha quando o trânsito está pesado e passo tranquilamente pelos "manés" que me xingaram lá atrás.

 

Sustos

 

Com tudo isso, são inevitáveis alguns sustos, mas pedalo com certa segurança... O complicado e você contar com o cuidado dos outros.

Outra coisa é ver que todo mundo dirige falando ao celular ou mandando SMS, Acreditem! Outro dia vi um cara jogando Poker Online enquanto dirigia.

 

Conclusão

 

Apesar disso tudo, tem sido super válido utilizar a bike numa cidade como a nossa, chego bem  humorado no trabalho, presto atenção nos detalhes da cidade tendo um olhar mas atento aos detalhes que só em outro ritmo  são perceptíveis, outro dia achei dinheiro na rua "rsrs",

Meu condicionamento e massa corporal estão cada dia melhor, aos poucos me torno parte do cotidiano da cidade, passo dando bom dia às pessoas nos pontos de ônibus (meio louco isso!), cumprimento motoristas de ônibus, incentivo os ciclistas que vejo pelo caminho, algumas pessoas admiram e elogiam minha atitude, outras se inspiram. Uma amiga definiu bem essa batalha de todos os ciclistas da cidade, ela nos denominou como;- “Verdadeiros Cidadãos Modernos da Metrópole”. Adorei esse título!

 

É isso,
 
Eu, o errado!

 

 

sábado, 27 de julho de 2013

Seis meses

Foi em um final de semana, seis meses atrás, muito parecido com o dia de hoje, apesar de não fazer frio estava nublado, terminei o último capítulo do livro que estava lendo, o fechei e comecei uma carta de despedida, pensando ser um até breve, peguei minha aliança e a deixei junto com as flores que havia comprado, em cima do aparador da sala, peguei minhas últimas coisas fiz um carinho no cachorro, peguei dois porta retratos, juntei minhas chaves e controle remoto da garagem, coloquei  tudo em um envelope, desci pelo elevador com minhas últimas caixas e coloquei tudo no carro, passei pela portaria para deixar o envelope e parti, com o gosto mais amargo que já havia sentido na vida, o gosto da derrota e fui para o meu novo lar, na época, pra mim parecia um até breve, um dar um tempo ou sei lá, só sei que o gosto era ruim, fazia de tudo para parecer bem, estava em férias, o que também era ruim pois não tinha o que fazer.
Ao chegar na minha nova casa, não muito longe dali, não tive coragem de começar a arrumar minhas coisas, larguei as no quarto, me sentia isolado, sozinho, lágrimas vinham com facilidade, sem nenhum esforço, soluçava, foi a que me dei conta, estava só a vida nunca mais seria a mesma, tinha consciência ou esperança e desejo que  melhoraria mas naquele dia não poderia ficar isolado, sozinho, com medo, bateu um desespero... liguei para minha mãe me oferecendo para o jantar e fui para sua casa, se ficasse aqui não aguentaria.
Fui, jantei, a tranquilizei, pois era nítido que também sofria. Voltei para a minha nova casa mais tranquilo aparentemente e dormi..com a sensação de derrota, afinal eu tinha falhado, não tinha como fazer diferente, não sabia quando, imaginava os porquês, com quase certeza de que seria apenas um tempo.
Passaram-se dias, semanas, meses tive que ir me adaptando e o que era pra mim passageiro foi virando rotina... Imaginava que podia ser diferente, já tinha procurado ajuda psicológica, procurei alguns amigos,  outros  evitava, tinha vergonha de expor minha situação, afinal alguém tinha desistido de mim e logo quem? a pessoa que mais amava,  ...tantos sonhos, tantos momentos felizes e tantas lembranças agora que o tempo tem se encarregado de apagar.
Nesse tempo todo me reorganizei, aprendi a conviver com a ausência principalmente da minha filha, a me virar sozinho, contei com ajuda de amigos, outros me distanciei perdi contato, reativei amizades, treinei, malhei, emagreci, descobri o prazer da dança, passei a máquina um no cabelo, tirei o cavanhaque, criei outras referencias ao me ver no espelho, como se tivesse renascendo, as vezes resolvo ficar quieto ás vezes me revolto, nada é fácil, nem por isso menos prazeroso, comecei a viver de uma forma diferente, assumi minha vocação, exerci minha liderança no rumo que minha vida tomou...coisas que eram imprescindíveis hoje nem fazem parte da rotina... Não era pra impressionar era o que tinha que ser feito.
Essa fase da separação é muito estranha, mas necessária, ruim, tudo irrita, tudo melindra, difícil de entender esse processo de se tornar estranho novamente, mas faz parte.
Nada me surpreende mais. Não sou vítima de nada, tomei atitudes que me arrependo só não me arrependo de ter lutado contra a separação, nesse aspecto fiz de tudo que julguei ser necessário para lutar pela minha família. Viveria tudo de novo se dependesse apenas de mim, mas só me resta seguir em frente... Não julgar ou se conformar, sentimentos ruins afloram de vez em quando também, não sou perfeito ou tenho essa pretensão.
Começando do zero outra vez, reestruturando minha vida...
Acabei me dando um prazo também pra acabar com  esse luto, hoje... Não tentem entender, eu não entendo ... mas é melhor pensar que as feridas estão curadas e que tenho que estar bem, afinal ninguém pode cuidar da gente além de nós mesmos....

Eu, o errado...